Duas ordens religiosas de relevância internacional, Hospitalários de S. João de Jerusalém (também conhecidos por Cavaleiros de Rodes e depois de Malta), fundada pouco depois da primeira cruzada que libertou a Cidade Santa do jugo maometano (1099), e a Ordem do Templo, criada em 1118, estabeleceram-se na Península Ibérica no século XII.
A seu lado surgem, nesta região, outras ordens, estas de feição nitidamente nacional: Calatrava (1158), em Castela e em Aragão; Avis, em Portugal (já em 1176, o nosso primeiro Rei doa à Milícia de évora o castelo de Coruche); Santiago da Espada (de Cáceres ou de Uclés, criada em 1170) e Alcântara (em Leão), inicialmente uma confraria de armas de vários cavaleiros salmantinos, constituída em 1156, que se vê confirmada como ordem de cavalaria por Alexandre III, no ano de 1177.
Com Clemente V, a Ordem do Templo é extinta (1312) sob graves acusações. O Rei de Portugal, D. Dinis, recebe deste Papa uma bula pedindo-lhe a prisão de todos os templários (1308), mas o monarca, não desejando que os bens do Templo caíssem nas mãos dos hospitalários, eles também suspeitos de irregularidades, entende-se com Fernando IV e com Jaime II, reis de Castela e de Aragão, respectivamente, ganha-os para o seu plano e obtém de Roma, em 1312, que a determinação de os bens do Templo passarem para a Ordem dos Hospitalários não se entendesse com Portugal, Castela e Aragão. Passo imediato é levado a cabo pelo monarca português, ao solicitar à Santa Sé a fundação de uma nova ordem, a Ordem de Cristo, sucedânea do Templo, que adopta a regra cisterciense de Calatrava, abandonando a dos cónegos regrantes de Santo Agostinho, que pautara desde sempre os templários, colocando-se, no entanto, sob a dependência do abade de Alcobaça, fundação de raiz portuguesa, enquanto no reino vizinho Montesa substitui o Templo dois anos antes.
As ordens militares eram constituídas por freires combatentes (cavaleiros), vivendo em conventos, sujeitos a uma regra e a votos de religião, por vezes dependendo dos superiores da ordem a que se ligavam ou, de outra feição, vivendo totalmente independentes.